segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Bel por Blush...


Quando eu crescer, quero ser quieta. Calma e calada como os mais sábios. Porque eu não caibo em mim. Quem é essa que teima em me assustar e me dá tanto alento, conforto e segurança? Quantas sou? Quantas fui? Quantas ramificações do mesmo eu? Eu corpo.
Essa inquietude me corrói, me comove, me trai. Quem quiser uma segunda chance chame por mim. Grite pelo meu nome. Sempre defenderei o recomeçar. O mudar. O tentar, mesmo que mil vezes completamente diferentes. Voltar atrás é nobre. Expressar mudanças, esbravejar. E ao esbravejar, o quê coloco para fora? A dor não sai, a dúvida não tem nenhum resquício de lucidez, clareza ou coerência.
Falar, falar, falar, falar falar falar falar falar falarfalarfalarfalarfalarfalaraaaaaaaaaraaaaaaaaaaaaraaaaaaaaaraaaaaaaaaraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar! Será que minhas palavras são finitas? E se isso for mesmo possível e eu ficar muda aos 34 anos? Será que uma pessoa esgota suas possibilidades? Sorrisos finitos, orgasmos contados, horas de sono (isso inclusive é uma das coisas mais comentadas pelos mais velhos, quantidade e qualidade de sono). Criação. Lágrimas. Chances. Até mesmo vidas, dentro da vida única. Quem é que pode me provar o contrário? Quem é que pode negar? Qual a fórmula da amargura no coração? Acúmulos? Por que quando acontece a amargura é no ano x, na idade e momento x e não há tempos atrás ou hoje ou agora? O coração congela, vira pedra? E a escolha? Existe? Sinto como se nada fosse inerente a mim. Escolho tudo, cada momento, meus passos, respirações e rítmos, tudo lógico. Explicado e adequado para exatamente quem eu iria ser. E hoje sou. (?) Mas como eu poderia saber? E se eu disser que me lembro? Se meus devaneios todos fizerem sentido? Nunca hei de ter provas e isso é o mais emocionante. Isto é a tela em branco que me permite sair do zero e criar qualquer coisa, em forma de..... palavra! Fala. E a saliva se renova e ouço gritarem por meu nome! Dou todas as chances. Sinto que sempre as tenho quando preciso. Quem sou eu para julgar os desafios? Dentro e fora. Estou o tempo todo. Onde sou real? E esse magnetismo sem explicação, que divide meu corpo em dois? Devo escolher um eixo predileto. Mas me gosto toda... Os pés, pequenos, cansados, cheios de nós, me pisam torto o caminho a ser trilhado, em busca de firmeza. É disso tudo que sinto tantas raízes, grossas, profundas e necessariamente incrustadas no chão. E o topo da cabeça, circunferência lotada de demônios que não param de me coroar, é puxado para cima, direto ao ar. Flor que amadureceu... ou não!