quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

DR com o papel...

Completamente sem chão, sem rumo... minha vida está sem sentido. Estou à toa, largada, desempregada, sem vontade de viver, dispensei meus amigos e acordo pra quê? Meu primeiro impulso do dia é de ligar, meu segundo é não ligar. Sou uma mulher com filtro, não faço a primeira coisa que me vem à cabeça, penso duas vezes antes de agir, sou tudo, menos impulsiva. O vazio que mora aqui dentro é angustiante, quase desesperador. Não tenho um calendário que me avise datas, como por exemplo, o dia em que vou esquecer ou um que me adiante lembranças de um dia esquecer... Não sei quando, não sei se... e isso faz doer mais ainda. Se ao menos eu soubesse algo, como um oráculo me dizendo: "MINHA FILHA, VOCÊ VAI ESQUECER ESSE HOMEM DIA 27/09/2009", por mais que demore, saberia que passaria... e quando passaria.... Mas estou perdida! Não sei de nada, podem me dizer que vai passar, mas enquanto não passa, o tempo me é infinito. Enquanto não passa, dói demais... a vida é assim, a gente perde...
Eu, acordo pra nada! Não me cuido, mergulho no ócio, nos livros e na tv! Só faço chorar, engordar e gotejar rivotril na minha existência.... dormir, dormir, dormir... pra esquecer... tenho sonhos bons, nada angustiantes... leves... não sonho com você, tenho paz dormindo.... tenho saudade acordando.... queria fazer amor com você mais uma vez... seria impossível desgrudar depois... minha carne está carente de ti, de ninguém mais... ninguém saciaria essa minha vontade de morrer em braços...nem a culpa de ter cedido.
Me pego em pensamentos, nós dois sozinhos... num futuro não muito distante, na nossa casa, sem ninguém no meio, quiçá um filhote de nós dois. Agora choro novamente. Mulher que sou. Romântica que sou. Feminina que sou, brilho nos olhos e melancolia na alma que sou... que faz de mim eu. Eu que queria exalar alegria de viver e força pra te colocar não na barra da minha saia como insistes, mas sim na minha necessèire, a tal da bolsinha tipicamente feminina para se guardar o que é necessário! Como posso querer ao mesmo tempo um amor verossímil, porém cheio de explosões? Como seguir sem você, amor? Como seguir com? Como você não cuidou de mim, logo de mim que te ama como uma louca... Me rasgo inteira pra ser sua, passo por cima dos meus orgulhos, taco fogo na moral da família, assumo papel de vilã na sua, protejo seu nome por amor na minha, esfrego meu futuro na dúvida por ti, sufoco toda vergonha vivida, explodo em vigor por ser sua, choro copiosamente por não ser.... logo eu? Essa que vos fala e não se sabe quem é, essa que se duvida a cada instante, que oscila entre o ser e o não ser a cada momento! O drama de Isabel Sangirardi é como o de Hamlet, o drama de ser quem é. Ser quem sou! Quem sou? Qual o meu limite entre ser e não ser? Vivo a mesma tragédia da inteligência (Shakespeariana), como Hamlet, eu enlouqueço conscientemente. Fechando a nossa porta. Te amo.