quinta-feira, 16 de julho de 2009
1ª PARTE DAS AVENTURAS DE AMY
Amy Allen era uma garota que tinha muito a perder. E perdeu! Mas também tinha muito a ganhar... Amy tinha diversos registros de suas vidas, escritos, postagens, rascunhos, moleskines, desenhos, fotos com o ex-amor... Amy Allen perdeu TU-DO! Tudo num incêndio repentino. Na hora H de pular fora, ela só conseguiu salvar uma coisa: seu caderninho com possíveis nomes para gato (Chantilly, Pandora,Tulipa, Sexy, Pink, Mousse, Magali, ...). Ela era magra, franzina, com uma aparência de muito jovem, com um espírito demasiadamente envelhecido. Usava óculo grandes, pesados, que hoje poderia ser uma releitura do geek fashion (nerd cool), mas o fato é que ela não enxergava um palmo a frente de seu nariz. Nem com os óculos ela enxergava, mas isso ela evitou de falar com sua mãe, logo ainda menina, quando teve que começar a usá-los. Amy temia uma eterna busca por possibilidades ou instrumentos que a fizessem vir a enxergar. Vislumbrava com pavor a possibilidade de cirurgia. Amy disse que os óculos solucionaram toda sua dificuldade de enxergar, mas fez dele uma embaçada válvula de escape para sua realidade. Até que Amy encontrou uma concha. Enorme por fora e mínima por dentro. Ou minúscula por fora e gigantesca por dentro. Nunca soube direito... O fato é que ali, sozinha, com seu caderno de possíveis nomes pra gatos, Amy residiu por um bom tempo, com seus neuróticos e intermináveis diálogos internos. A paúra, uma constante aliada sabotadora de Amy, nunca lhe permitiu fazer muitas coisas. Coisas simples. O medo que impulsiona versus o medo que paraliza. Briga constante. Mas Amy se achava diferente, não percebia que medos, inseguranças e limitações eram dificuldades de todos. Temia a responsabilidade. E assim, com seu enorme poder de persuasão, Amy convencia todos que de um certa maneira, ela estava certa em não arriscar. Trocava covardia por cautela. Nunca conseguiu ter um gato. Não se sentia preparada para cuidar de outra vida, que dependesse totalmente dela para se alimentar, ter carinho, sobreviver. Mas tinha muita vontade de tê-lo e diversos nomes escolhidos, eram tantos que jamais poderia ter tantos gatos e usar todos os nomes, que considerava geniais.
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