segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Tudo hoje - Língua do OU
Minha piranha quebrou, minha amiga chorou, minha bexiga infeccionou, meu "cigarro" acabou, meu bofe me ligou, meu dinheiro não entrou, minha empregada concordou, meu irmão cozinhou, minha pele melhorou, o Rio de Janeiro esfriou, meu trabalho aumentou, meu livro molhou, meu cartão expirou, minha gata roncou, o Facebook bombou... Aguardando o amanhã!!! Próximo capítulo: em busca do futuro do presente.
Tic-tac
Ela ficou 10 anos casada. Há de se considerar que ela estripou os anos. Falava muito, era prolixa, verborrágica e repetitiva. Foi quando inspirou fundo e bombeou os pulmões como se coração fossem. Então calou-se. E fez um brinde à solteirice. Cheers! Se embriagou, se entregou à luxúria, riu muito, gargalhou alto, mas nada forçado. Sentia (-se) tudo! Suas unhas cresceram. Foram fincadas nas costas do homem mais lindo daquela área. Rodou, suou, mudou, lambeu, cuspiu, cheirou, deglutiu e se lambuzou. Estava plena. Perdeu a bússola. A maquiagem escorreu, o olho estava todo borrado de preto. Gozava e encolhia os dedos dos pés no grito mais mudo de sua cama. Estava desarmada. Lançou a campanha "POR NOVOS SABORES PRA VIDA". Aderiu e nunca mais parou. Hoje só cumprimenta as pessoas com sorriso no rosto, cresceu 3 centímetros e dizem que está ficando cada vez mais bonita. Sempre.
Relação fake
Ela disse: "não me aperta, que eu fico roxa à toa!".
Ele pensou: "fresca!".
Então ela disse: "me morde forte, eu sou super sensível pra dor!".
E ele pensou: "louca!".
Ela se estranhou, no momento ápice da dentada pensou na louça que estava para lavar em casa.
As coisas aconteceram com desleixo e vulgaridade.
Ela levantou satisfeita e aliviada. Tinha tido um orgasmo intenso e finito.
No espelho do banheiro, reparou nos próprios olhos como nunca antes. Achou que estavam mais puxados, canto externo pra cima, canto interno pra baixo.
Questionou-se: "será que estou me enfeliniando?". Tinha a marca da dentada em sua nuca como um trunfo. Sabia que iria escondê-la a semana inteira com roupas nada decotadas, mas a memória da carne não mente. Bastava. Fora feliz naquela noite.
Voltou pro quarto, sentiu a garganta seca e fez questão de ir dormir com sede.
Ele, medroso que é, fingiu que já estava dormindo.
Ao acordar, ela foi diretamente se arrumando para ir embora. Sabia que não voltaria tão cedo. Ele fingiu que é carinhoso. Ela fingiu que acreditava. Ele estava assombrosamente faminto. Ela inapetente eterna.
O silêncio constrangedor da hora da despedida foi interrompido por um ataque de tosses dele. Ela perguntou: "Engasgou?". Ele respondeu: "Entrou pelo buraco errado, sabe?". "Sei....". "Não quer comer nada?". "Não, obrigada! Não como de manhã". Ele fez o comentário clichê de que não era de manhã, mesmo sabendo que ela se referia à comer logo ao acordar. "Então tchau...", ela disse. Imediatamente ele se lembrou que tinha na noite anterior pedido pra ela guardar em sua bolsa, ainda na festa, sua carteira. Se sabotou. Fingiu pra si mesmo que não se lembrou. Queria certeza de um reencontro. Ela bateu a porta e desceu o elevador dando graças aos deuses que seu carro estava estacionado bem na porta do prédio. Ao procurar a chave do carro em sua bolsa, encontrou a carteira dele. Deixou com o porteiro, pediu que interfonasse. Não esperou, dirigiu etérea até sua casa. Ao chegar, foi direto pra cozinha. Sua louça estava impecável. Ele nunca mais ligou.
Ele pensou: "fresca!".
Então ela disse: "me morde forte, eu sou super sensível pra dor!".
E ele pensou: "louca!".
Ela se estranhou, no momento ápice da dentada pensou na louça que estava para lavar em casa.
As coisas aconteceram com desleixo e vulgaridade.
Ela levantou satisfeita e aliviada. Tinha tido um orgasmo intenso e finito.
No espelho do banheiro, reparou nos próprios olhos como nunca antes. Achou que estavam mais puxados, canto externo pra cima, canto interno pra baixo.
Questionou-se: "será que estou me enfeliniando?". Tinha a marca da dentada em sua nuca como um trunfo. Sabia que iria escondê-la a semana inteira com roupas nada decotadas, mas a memória da carne não mente. Bastava. Fora feliz naquela noite.
Voltou pro quarto, sentiu a garganta seca e fez questão de ir dormir com sede.
Ele, medroso que é, fingiu que já estava dormindo.
Ao acordar, ela foi diretamente se arrumando para ir embora. Sabia que não voltaria tão cedo. Ele fingiu que é carinhoso. Ela fingiu que acreditava. Ele estava assombrosamente faminto. Ela inapetente eterna.
O silêncio constrangedor da hora da despedida foi interrompido por um ataque de tosses dele. Ela perguntou: "Engasgou?". Ele respondeu: "Entrou pelo buraco errado, sabe?". "Sei....". "Não quer comer nada?". "Não, obrigada! Não como de manhã". Ele fez o comentário clichê de que não era de manhã, mesmo sabendo que ela se referia à comer logo ao acordar. "Então tchau...", ela disse. Imediatamente ele se lembrou que tinha na noite anterior pedido pra ela guardar em sua bolsa, ainda na festa, sua carteira. Se sabotou. Fingiu pra si mesmo que não se lembrou. Queria certeza de um reencontro. Ela bateu a porta e desceu o elevador dando graças aos deuses que seu carro estava estacionado bem na porta do prédio. Ao procurar a chave do carro em sua bolsa, encontrou a carteira dele. Deixou com o porteiro, pediu que interfonasse. Não esperou, dirigiu etérea até sua casa. Ao chegar, foi direto pra cozinha. Sua louça estava impecável. Ele nunca mais ligou.
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